quarta-feira

A tua ausência é presença
O teu cheiro está em tudo...
A tua voz faz-se ouvir no vazio...
Os teus passos sentem-se...
O teu riso ecoa na minha mente...
Os teus olhos, vejo-os nas paredes!
O teu corpo está no ar que respiro
Acordo contigo ao meu lado, ausente...
Distante...
Presente!!!
A distância é uma dolorosa e lenta espera...
Medo de te não tornar a ver...
Sinto-te...
Nos ecos, no vazio, estás presente...
Longe...
Ausente!!!
Vou morrendo, dolorosa e lentamente...
Com medo...

As Minhas Quadras, Manuel Cid TELES


Lamego, 1932; Edição de Autor; 33 p.




15 €










Manuel Cid Teles
Em 2011 o Município de Oliveira do Hospital comemora o centenário do nascimento de Manuel Cid Teles, levando a cabo um conjunto de iniciativas culturais, como: exposições, dramatizações, publicações, declamação de poemas e recitais de música.
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Biografia de Manuel Cid Teles  “artista dos sete ofícios”:
Manuel Cid Teles (n.Tábua, 8 de Março de 1911. f. O. Hospital 25 de Abril de 2009).
Manuel Cid Teles era filho do poeta Manuel Teles e de Alzira de Matos Cid Teles. Frequentou o liceu em Matosinhos e estudou solfejo e canto no Conservatório do Porto. Aprendeu piano com sua mãe, pianista talentosa e foi autodidacta na aprendizagem de órgão.
Manuel Cid Teles, “artista dos sete ofícios”, trabalhou como radialista no Porto, no Rádio Clube e na Rádio Renascença, cidade onde publicou as suas obras: As minhas quadras (1932), Sombras (1934) e Chuva de Estrelas (1947).
Em meados do século XX a família de Cid Teles regressa a Oliveira do Hospital onde passa a residir permanentemente e onde publica a sua obra: Sou como sou, Canta cigarra canta (1999) e Farrapos da minha vida (2002). Foi professor de Música no Colégio Brás Garcia de Mascarenhas. 

O Grito das Fragas, Castro REIS


Porto, 1983; Semente Nova; 139 p; B.
Com dedicatória autografa








20 €





José de Castro Reis ( 1918 - 2007 ), poeta, jornalista, ensaísta, nasceu em Miragaia, Porto.
Ferroviário de profissão, a queda para as letras acabaria por elevar a sua alma.
Homem de letras, dedicou os últimos anos da sua vida à poesia e à promoção e divulgação da cidade do Porto, a quem dedicou "Esta Cidade que eu Amo".
Editou alguns livros de poesia:"Amor e Cruz", "Cântico Liberto", "O Grito das Fragas", "Bodas de Primavera para a Paz", e "Etérea Sinfonia de Natal".
Mais do que uma vez colaborou com o FIDES, por quem mostrou a sua admiração escrevendo um poema ( "Divina Alvorada" ) que lhe ofereceu.

terça-feira


Entregar-me
Dar, Ser...
Estar sempre
Em ti
Contigo
...Intro, Consciente-Inconsciente
Sentimento de Ausência, Saudade Doentia
Pensamentos Insanos
Doce Volúpia Ciumenta
Quem te toca?
Quem te beija?
Profano!!!
Distante aqui...
Recordações de hoje...
Com cheiro...
Vibrantes...
Quimicas...
Com tesão!
Em ti
Entrego-me.

segunda-feira

SEQ 1


FOTO ORIGINAL
Entregamos documento digital e garantia de não publicação e autoria.

175 €

quinta-feira

ALFREDO PIMENTA - TERRA E POESIA, Amândio CÉSAR




Guimarães, 1960; Câmara Municipal de Guimarães; 224 p.; B.
Com desenho de António Lino
Com dedicatória autografa

30 €

segunda-feira

Agostinho VELOSO S.J. ( 1894-1970 )

« Jornalista de garra e verbo camiliano »
Nasceu em Favaios, concelho de Alijó, em 20 de Novembro de 1894 e era filho de Bento Pinto Veloso e de Amélia Teixeira. Depois dos estudos primários, começou a sua vida social como « empregado do comércio, em Matosinhos », antes de “sentir” a vocação sacerdotal e de começar os estudos preparatórios no seminário do Porto no ano lectivo de 1914-1915.
Depois de ter cursado teologia “com muita distinção”, recebeu a ordenação sacerdotal a 30 de Julho de 1922.
«Logo a seguir foi-lhe confiada a direcção interina das Oficinas de S. José, as quais dotou com importantes melhoramentos. Permaneceu à frente delas durante mais de um ano, muito se empenhando na vinda dos actuais directores, os membros da Sociedade de Dom Bosco (salesianos)».
«Dedicando-se depois à vida paroquial, pastoreou com notável zelo as freguesias de Teixeira e Teixeiró (Baião), Santa Marinha do Zêzere (Baião) e Pedreira (Felgueiras), na diocese do Porto. Na de Teixeira, abandonada havia mais de vinte anos, restaurou a igreja paroquial e deu grande impulso a diversas instituições de natureza religiosa e social e em Pedreira conseguiu a ligação da igreja com a estrada mais próxima e promoveu a exploração de água para a povoação e a construção de um fontanário».
«Ao mesmo tempo que se dedicava à promoção religiosa, cultural e social dessas populações e se tornava pregador muito aceite, começou a entregar-se a actividade literária em traduções e adaptação de obras formativas, e mesmo ao jornalismo, mantendo uma polémica acerca de “Divórcio ou adultério” nas colunas de Fradique, de Maio a Julho de 1935», como nos conta o seu biógrafo.
A “Enciclopédia Verbo” diz que, «para maior realização pessoal e apostólica, o jovem Padre Agostinho, entrou na Companhia de Jesus a 7 de Dezembro de 1937», começando o seu noviciado, perto de Guimarães, em Santa Marinha da Costa.
Passados dois anos, a 8 de Dezembro de 1939, fez profissão simples perpétua.
Mas o Padre Agostinho tem sede de saber, deseja conhecer mais, aumentar os seus conhecimentos, o que é louvável, e, por isso mesmo, durante «os três anos seguintes, 1939-1942, dedicou-os a ampliar os estudos superiores de Filosofia e Teologia no Instituto Beato Miguel de Carvalho, de Braga, actualmente Faculdade Pontifícia».
Talvez porque julgasse insuficientes os estudos até aí feitos em Portugal, o Padre Agostinho Veloso, «no Verão de 1942 dirigiu-se a Salamanca, onde permaneceu até Julho de 1943, ocupado no estudo dos problemas de Ascética e Mística, em especial no estudo do Instituto e do Direito da Companhia de Jesus e dos Exercícios Espirituais de Santo Inácio de Loyola».
Sublinhei aqui as palavras “Ascética e Mística”, porque mais tarde terei que falar destas matérias, quando tiver que explicar ― ou tentar explicar ― o “julgamento” que o Padre Veloso fez sobre a Alexandrina de Balasar.
É bom lembrar desde já, igualmente, que nos Exercícios de Santo Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus, há um capítulo que trata do discernimento dos espíritos, capítulo muito importante que todos os peritos em Ascética e Mística conhecem.
Mas, voltemos à notícia biográfica do sábio Jesuíta.
«Depois de quase 6 anos de formação ascética e filosófica ― explica a Enciclopédia Verbo ―, voltou ao campo de apostolado, no Verão de 1943, como redactor da revista Brotéria, em Lisboa», «à qual deu apreciada colaboração ― diz outra fonte ―, avultando vários ensaios de cunho filosófico, científico, filológico e apologético».
Desde logo a actividade literária do Padre Veloso vai tomar novos rumos, vai aumentar e dar a conhecer um « jornalista de garra e verbo camiliano », um escritor prolífico e admirado, assim como um poeta delicado e sensível.
Escreveu em jornais e revistas, usando por vezes os pseudónimos de C. de Turcifal, Carlos Alberto de Lemos, ou Padre Anselmo, e com eles assinou algumas obras.
Entre outras publicações periódicas colaborou nos diários Novidades, Diário da Manhã, e Diário Popular, e nas revistas Mensageiro do Coração de Jesus, Acção Médica e Lumen — Revista de Cultura para o Clero; no semanário Fradique sustentou vigorosa e longa polémica sobre o divórcio, como acima foi dito.
Na sua vasta obra cultural sobressaem os trabalhos seguintes: Uma vítima da seita negra (versão livre e adaptação), Força e fraqueza do Socialismo (trad.); Antes que cases (Considerações para os noivos); Esta palavra Lisboa (ensaio sobre o nome, da capital); A «loucura» dum santo; Quem são os Jesuítas?; A mensagem de Ozanam, A mensagem de Leonardo Coimbra; Antero e os seus fantasmas; Aspectos cruciais do problema de Fátima; Ainda algumas confusões e erros sobre Fátima; Deus, o Homem e o Universo (trad., na colecção «Filosofia e Religião»); Os problemas do pensamento à luz do pensamento de Deus; Naturalismo rotário e sobrenaturalismo cristão; Nas encruzilhadas do pensamento (Diálogos sobre filosofia moderna), 2 vols., 1 – Sob o signo de Descartes; II – Sob o signo de Husserl; O problema do mal; Réplica a uma diatribe (a propósito do caso de Goa); Mistificação em arte; A originalidade em arte; Responsabilidades do homem católico na hora presente ; Pasteur homem de fé ; A farsa surrealista; A desrealização surrealista. Das suas obras poéticas, onde a inspiração é fluente e espontânea, mencionar-se-ão: Portugal tão pequenino; Cinco cânticos a Santa Teresinha; Parábolas de sempre; Vitral antigo.
Mas o Padre Veloso tinha ainda outras actividades, estas mais ligadas ao seu ministério, como explica o cronista da Companhia de Jesus:
« Desde o princípio da sua carreira sacerdotal consagrou-se com igual êxito e aceitação ao ministério do púlpito, percorrendo em frutuosas missões populares, tríduos, novenas e semanas de pregação, não só no continente mas também as ilhas adjacentes, e dando exercícios espirituais ao clero e a diversas classes da sociedade e pronunciando numerosas e muito apreciarias palestras e conferências em diversos centros e institutos científicos e culturais ».
Mais adiante o mesmo autor diz ainda:
« Desde 1944 ocupou a cátedra de professor de questões filosóficas no Instituto de Serviço Social, em Lisboa; e desde 1955 fez parte do júri para a atribuição dos prémios literários do S. N. I. ».
Resumindo aqui quem foi o Padre Agostinho Veloso, termino, utilizando a afirmação da Enciclopédia Verbo: « Foi em grande parte um autodidacta que, até ao dia em que um atropelamento o vitimou ― em Lisboa, em 22 de Fevereiro de 1970 ―, sopesava criticamente tudo o que lia. Operário evangélico incansável, foi orador popular, conferencista culto, poeta de lira ingénua, polemista dialéctico, ensaísta não raro brilhante, e crítico de arte por vezes pouco sensível aos elementos estéticos: cegava-o o empenho da defesa da fé, da verdade, e da pátria, tornando-se por vezes rude e até bravio ele que chegava a enternecer-se até às lágrimas ».

Alberto de SERPA ( 1906-1992 )

Alberto de Serpa Esteves de Oliveira nasceu e morreu na cidade do Porto, frequentou a Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra entre 1923 e 1926. Após regressar ao Porto foi empregado de comércio e de escritório e tornou-se posteriormente um profissional de seguros. Em 1936 esteve preso por motivos políticos. Mais tarde colaborou com a revista Presença e fundou, com Vitorino Nemésio, a Revista de Portugal exercendo em ambas o cargo de secretário. Colaborou ainda com várias revistas e jornais brasileiros. Publicou novelas, ensaios e poesia sendo esta última caracterizada por ter o condão de revelar o lirismo do quotidiano, recebendo até o "cognome" de Primeiro Poeta Português de Poesia Livre. Publicou junto com com José Régio as antologias Poesia de Amor e Na Mão de Deus.

Antonio OLINTO ( 1919-2009 )

Foi um escritor brasileiro, a sua obra abrange poesia, romance, ensaio, crítica literária, análise política, literatura infantil e dicionário.
De entre todas as obras destaca-se Resumo (1954), uma obra poética que retrata a sua postura perante o mundo.
Estudou Filosofia e Teologianos seminários católicos de Campos, Belo Horizonte e São Paulo. Desistiu de ser padre.
Foi professordurante dez anos de Latim, Português, História da Literatura, Francês, Inglês e História da Civilização, em colégios do Rio de Janeiro. É, desde 1998, Professor Visitante do Curso de Letras da UniverCidade - Centro Universitário da Cidade do Rio de Janeiro. Em 2004, o Reitor Paulo Alonso inaugurou, no campus Méier, a Biblioteca Antônio Olinto, com a presença do imortal que, em seu discurso, demonstrou o contentamento em estar podendo participar de uma inauguração dessa importância. "Geralmente, as homenagens são prestadas in memoriam. O meu amigo Paulo Alonso está me fazendo a grande gentileza de me fazer mais feliz em poder estar aqui com ele e com tantos alunos e professores, neste dia e neste momento de extrema felicidade. É para mim uma enorme honra poder batizar essa bem equipada biblioteca com o meu próprio nome." O acadêmico Antônio OLinto merece todos os nossos aplausos e todas as nossas homenagens, por ser um dos mais notáveis escritores brasileiros vivos e um dos mais importantes intelectuais, em consequência do Brasil. Traduzido em mais de 35 idiomas, Olinto contribui, dessa forma, para divulgar nossa cultura, nossa literatura e nossa gente em todos os cantos do mundo. Daí, a UniverCidade, neste dia 10 de maio, dia em que comemora mais um aniversário, ter decidido prestar-lhe essa singela e mais do que merecida homenagem", acrescentou o Reitor Paulo Alonso.

Armor Pires MOTA

Nasceu na Freguesia de Oiã, Concelho de Oliveira do Bairro a 4 de Setembro de 1939. Fez a instrução primária nesta freguesia e ingressou no Seminário de Aveiro, saindo em 1961, altura em que publicou o seu primeiro livro "Cidade Perdida", mas já anteriormente publicava poesias no Jornal da Bairrada, Correio do Vouga e Soberania do Povo.

Tendo ingressado posteriormente no serviço militar, foi em 1963 mobilizado e cumprido comissão de serviço na Guiné.

Em 1965, lança o seu novo livro "Tarrafo", tendo esta publicação mandado ser recolhida pela PIDE.

A sua participação na imprensa periódica é notável, tendo participado no Diário de Notícias, Diário do Norte, Diário da Manhã, Notícias de Lourenço Marques, O Debate e o Observador e Jornal da Bairrada, entre outros.

Foi chefe de redacção do jornal Soberania do Povo num período de três anos.

Tem publicado na imprensa periódica poesia e artigos de carácter histórico e etnográfico.

É actualmente Chefe de redacção do Jornal da Bairrada.

É sócio da Associação Portuguesa de Escritores e da Associação de Jornalistas e Escritores da Bairrada.

Iberé CAMARGO ( 1914-1994 )

Iberê Bassani de Camargo foi um pintor, gravurista e professor brasileiro.
Carreira artística
Iberê Camargo iniciou seus estudos ainda no Rio Grande do Sul, na Escola de Artes e Ofícios de Santa Maria, com Parlagreco e Frederico Lobe. Já em Porto Alegre estudou pintura com João Fahrion. Em 1942 ele chegou ao Rio de Janeiro, onde cursou a Escola Nacional de Belas Artes. Mas, insatisfeito com a metodologia ali adotada, juntou-se a outros artistas, também insatisfeitos, e com seu professor de gravura, Guignard, para fundar o Grupo Guignard. Em 1953 tornou-se professor de gravura no Instituto de Belas Artes do Rio de Janeiro, lecionando mais tarde essa técnica em seu próprio ateliê ou em permanências mais ou menos longas em Porto Alegre e em outras cidades, inclusive do exterior.
Embora Camargo tenha estudado com figuras marcantes representativas de variadas correntes estéticas, não se pode afirmar que tenha se filiado a alguma. Suas obras estiveram presentes, e sempre reapresentadas, em grandes exposições pelo mundo inteiro, como na Bienal de São Paulo e na Bienal de Veneza.
PrisãoNo dia 5 de dezembro de 1980 ocorreu a maior tragédia na vida de Iberê Camargo: o pintor deixou o ateliê mais cedo, à procura de uma loja de cartões natalinos, e quando dobrava uma esquina no bairro de Botafogo, parou para observar a discussão de um casal. O marido, vestindo apenas um calção, irritou-se: "O que é que está olhando?" Após um empurra-empurra, Iberê e o desconhecido caíram no chão. Assustado, Iberê sacou a arma e matou o homem. Detido na hora, passou um mês na prisão, até receber habeas-corpus.
Vida pessoal
Iberê Camargo não gostava de cachorros nem de crianças e teve apenas uma filha, Gerci, fruto de um romance passageiro na década de 1930. Renovou as amizades, mas encontrou o verdadeiro companheirismo em 1983, no gato Martim, o seu "cucuruco", como o chamava. O pintor colocava o bichano no bolso do macacão enquanto preparava seus quadros e fazia questão de que sua esposa, Maria Coussirat Camargo, pusesse um prato de comida para o gato na mesa de jantar. "O animal é melhor do que o homem, que hoje come na tua mesa e amanhã te faz velhacaria", comparava.
Fundação
Fundação e Museu Iberê CamargoEm 1995, no ano seguinte à sua morte, foi criada a Fundação Iberê Camargo, com sede na antiga moradia do artista, no bairro Nonoai, para conservar, catalogar e promover obra de Iberê. Mais tarde, a sede mudou-se para o bairro Cristal, em um prédio projetado pelo renomado arquiteto português Álvaro Siza

José Garcia NIETO ( 1914-2001 )

José García Nieto nasceu em Oviedo no dia 6 de julho de 1914. Sua infância, marcada pelo falecimento de seu pai quando José ainda tinha seis anos de idade, transcorreu entre Soria e Toledo. Começou a carreira de Ciências Exatas, mas a abandonou para cursar Jornalismo em Madrid, cidade na qual se estabeleceu em 1929. Desde seus primeiros anos na capital, manteve contato com o círculo literário do Café Gijón. Sua poética se inscreveu dentro da corrente de garcilasistas. Sua intensa atividade intelectual se plasmou em diferentes projetos como a fundação da revista Garcilaso, a qual dirigiu. Junto de Pedro Lorenzo, liderou o grupo literário «Juventude Criadora». Também dirigiu as revistas Acanto — do Conselho Superior de Pesquisas Científicas — e Poesia Espanhola e Mundo Hispânico —do Instituto de Cultura Hispânica de Madrid.

Durante a guerra civil espanhola foi detido, permanecendo sete meses preso. Em 1940 publica seu primeiro livro chamado Víspera hacia ti. Sua obra abrange uma trintena de livros, entre os quais podemos mencionar: Versos de un huésped de Luisa Esteban, Tú y yo sobre la tierra (1944); Retablo del ángel, el hombre y la pastora, Toledo (1945); Del campo y soledad (1946); Sonetos por mi hija, (1953); El Parque Pequeño y Elegia en Covaleda (1959); Corpus Christi y seis sonetos, (1962); Circunstancia de la muerte, La hora undécima (1963); Memorias y compromisos (1966); Facultad de volver, (1970); Taller de arte menor y cincuenta sonetos, (1973); Sonetos y revelaciones de Madrid (1976); Los cristales fingidos (1984), e Galiana (1986).

García Nieto é uma das figuras mais destacadas da corrente neoclássica do pós-guerra espanhola. Sua obra, um exemplo de lírica clara e harmoniosa, está marcada pela poesia em uma métrica tradicional alheia às vanguardas, com predomínio do soneto e do poema fechado e perfeitamente construído e resolvido, no qual não há referência à realidade social da Espanha depois da Guerra Civil.

Além da poesia, García Nieto também trabalhou com outros gêneros literários: contos e obras de teatro, adaptações de peças de teatro clássico espanhol, etc. Pela indiscutível qualidade de sua poesia, assim como por méritos intelectuais, García Nieto foi premiado com prêmios tão importantes como: o Prêmio Nacional de Literatura Garcilaso, em 1951; o Prêmio Fastenrath da Real Academia Espanhola, em 1955; o Prêmio Nacional de Literatura, em 1957; e, em 1986 e 1987, respectivamente, os prêmios Mariano de Cavia e «González Ruano» de Jornalismo. Além disso, obteve os prêmios «Hucha de Oro» (1972), «Juan Boscán» (1973), «Francisco de Quevedo» (1976), «Alcarabán» (1977), «Angaro» (1978) e outros mais.

Em 1982 é nomeado presidente do Círculo de Belas Artes e no dia 28 de janeiro desse mesmo ano passa a fazer parte da Real Academia Espanhola da Língua. Também foi membro do Instituto de Estudos Madrilenhos e sócio emérito do Ateneo de Madri.

Em 1996, foi premiado com o Prêmio Cervantes de Literatura, máximo estandarte das Letras espanholas.

No dia 27 de fevereiro de 2001, García Nieto faleceu em Madrid, aos 87 anos de idade.

José Manuel Mota Gomes Fróis Ferrão - José MANUEL ( 1928-1993 )

Poeta, filósofo, pintor, editor, pianista, compositor, homem de cultura e mecenas, José Manuel Mota Gomes Fróis Ferrão aparenta ser o centro à volta do qual foi ideada, construída e decorada a Casa da Rua de Alcolena. A posição privilegiada com entrada independente e elitista dos seus aposentos, a incontestável afinidade dos textos poéticos seus ou editados por ele, a dedicatória gravada na pedra do jardim, coincidindo a data de acabamento dos trabalhos de Varela com o seu aniversário: tudo aponta para uma personalidade extremamente carismática que terá, embora jovem, chamado a si as rédeas dum discurso extremamente unitário, integro e completo face à pluralidade, multiplicidade e diversidade das várias vozes artísticas da Casa.
Como um sábio director de orquestra, José Manuel conseguiu harmonizar as vozes díspares da sua Casa polifónica.
Mas quem era José Manuel Mota Gomes Fróis Ferrão ou mais simplesmente José Manuel, como gostava de assinar os seus trabalhos?
A escassez de notícias biográficas a seu respeito obriga a limitarmo-nos a citar unicamente o local e a data de nascimento, Lisboa, 10 de Fevereiro de 1928 e a sua licenciatura em Ciências Históricas, Filosóficas e Pedagógicas, iniciada em Lisboa e concluída em Coimbra. Homem dotado de uma inteligência e cultura incomuns, dedicou-se sempre e unicamente à arte, rodeando-se de interlocutores como Eugénio de Andrade, Jorge Nemésio, Fernando Guimarães, Augusto Sobral, António José Maldonado, José Bento e Francisco Arcos. A filha Madalena lembra que o seu pai privilegiava a companhia de José de Almada Negreiros, artista que estimava muito e com o qual entretinha demoradas e intensas conversas acerca da arte e da filosofia. Morreu repentinamente em Lisboa em 1993 devido a ataque cardíaco não confirmado pela certidão de óbito.
Reconhecemos que, sobretudo com base nos textos por ele publicados, a figura de José Manuel é imprescindível para a interpretação daquele que definimos ser o fil-rouge que une a obra: o Tema com variações das Metamorfoses de Psique. É o próprio proprietário da Casa a dar-nos a chave para esta pista interpretativa através das suas declarações poéticas e comentários estéticos na revista Eros por ele fundada.
Declara o poeta: ­
Tudo pode ser motivo de poesia: uma estrela, um corpo de mulher, um lago, uma cidade em ruínas, -o que quer que seja. De resto, o objecto só importa depois de transfigurado. De certo modo irrealiza-se, ou melhor, transrealiza-se, porque não perde realidade, toma outra realidade.[1]
O que conta não é o objecto, mas a sua transfiguração. Como dizer que o texto, no nosso caso, é um pré-texto. A Casa não é fim, mas meio de um discurso que quer pôr o acento no processamento das imagens, desprezando o seu resultado.
Prosseguindo no seu raciocínio, o proprietário quase nos fornece um roteiro da casa:
De início (o objecto) está exposto, simplesmente, - despido de toda e qualquer significação. O sentido que ele possa vir a ter depende de quem o observa, ou recorda, ou imagina. Só de­pois de absorvido pela consciência se torna significativo.[2]
Este é o percurso do visitante que, acedendo pelo portal esotérico (início), entra na Biblioteca e contempla o vitral de Eros e Psique (objecto despido). Logo o sujeito é chamado a três operações: observar (visão), recordar (memória) e imaginar (visão interior). Uma vez feitos estes três passos para a sua iniciação e uma vez que o objecto tenha sido “absorvido pela consciência” o visitante pode prosseguir nas metamorfoses mais explícitas de Psique e contemplar a sua perfeita união com Eros.
Gostaria de frisar a operação da memória. É através desta passagem que a Alma, segundo Platão, pode cumprir a sua instrução. Na filosofia platónica a Alma (Psique) não morre, mas muda de identidade, (do grego meta: mudança + en: em + psiquê: alma), renascendo, após ter esquecido a sua vida anterior, através da passagem pelas águas do rio Lete, o rio do olvido. Para Platão, conhecer não quer dizer aprender ex-novo, mas sim relembrar o que foi limpo pelas águas do Lete, voltar atrás da própria reincarnação. O processo iniciático da gnose passa portanto através do olhar físico, da memória, da visão interior. Psique sofre assim uma Metempsicose, ou seja muda, transformando-se em outras identidades, mas no fim torna-se, através da memória, uma Psique regenerada.
O objecto visto, recordado, imaginado torna-se, no universo de José Manuel, matéria poética. Assim ele confessa a própria atitude ekphrástica:
O poeta vai mais longe. Não se limita a dar-lhe um sentido de circunstância, procura recriá-lo, fornecendo-lhe, dentro de outras coordenadas, uma nova presença, uma nova dimensão, um novo dinamismo. O objecto é assim re-exposto, não como realidade onto­lógica, mas como realidade poética. Por uma verdadeira al­quimia da sensibilidade e do pensamento, ele ressurge, numa outra perspectiva, como um símbolo mais ou menos activo, mais ou menos intencional. [3]
Deste modo, na escrita do poeta, todo o pré-texto que é a sua Casa torna-se texto. Como isso foi possível?
Tudo é possível
dentro da alma[4]
Responde-nos José Manuel.
A sua aspiração era fundir a vida com a arte, procurar a vida na arte e a arte na vida. A Casa, espelho do quotidiano, vivenda e vivência do seu ideal poético, representava a máxima concretização destas aspirações,
O poeta e a poesia coexistem em plenitude, formam uma simbiose de tal modo absoluta que se torna impossível separá-los. E para quê, separá-los? Uma vez conseguido o sortilégio, tudo se passa já no domínio do sobrenatural. É nele que têm origem as suces­sivas metamorfoses que vêem a eclodir no poema. «Le poème fait son poème secret» […] Porque já é um poema - e talvez o mais puro, o mais genuíno de todos - essa comunhão do poeta e da poesia, esse matrimónio da vida e do sonho, essas bodas de sangue e de luz.[5]
Recolhido na sua “mansão inteligível”, como diria Sócrates de quem Platão é porta-voz,[6] José Manuel procura a Unidade, confessando no seu romance poemático:
Sou incapaz de resolução - polarizo-me. E cada nova situação é um novo problema inexplicável, insolúvel. Não encontro nunca a solução. Vivo em dissonância. Mas, no fundo, muito no fundo, - espero sempre. Todos os dias procuro a estrela da manhã, - qualquer cousa como um caminho.[7]
A Estrela da Manhã, também dita Phosphoros, ou Lúcifer, não é outra coisa que a iconografia do Pentalfa invertido do portal iniciático. Como dizer “todos os dias inicio, todos os dia retomo o caminho, re-começo”. Procurada no céu ou nas reproduções em azulejo e pintura das paredes exteriores ou interiores da casa, esta estrela é uma chave simbólica de Auto-Conhecimento. Assim arte e biografia coincidem:
Há em mim uma dupla existência. Sou simultâneamente tese e antítese (sensível, intelectual e emocional). Mas não realizo nunca uma síntese. Porque não há continuidade lógica na vida.[8]
A explicitada coincidencia opositorum que percorre toda a leitura da Casa encontra nessa confissão do seu proprietário a prova da íntima correspondência entre arte e vida que ele desde sempre procurava.
Na sua rubrica de antologia contemporânea, nos números 14-15 de Eros, José Manuel anuncia o fim da revista:
E vem a propósito neste último número de Eros - último pela evidência do fracasso a que, aliás, estava condenado desde o início - citar alguém que transformou uma vez mais o mito poético em realidade.[9]
Mais um reconhecimento, este, de como a temática de Eros e Psique envolveu não só a sua vida literária, mas a sua existência privada. O mito do Amor e da Alma exposto na sua mansão preenche as páginas da sua actividade poética e da sua aventura editorial.
No final desta viagem perguntamo-nos, e o poeta?
E o poeta? No recolhimento aparentemente hermético, impene­trável dos símbolos - por timidez? por pudor? - vai procurando, dis­cretamente, traduzir-se em enigmas - em oráculos - que são como portas abertas para o mistério de toda uma vida.[10]
A espectacularidade por um lado e a intimidade por outro da residência, única no seu género, é baseada na ideia unitária. Nesse sentido, a Casa é teatral e simultaneamente críptica, expõe-se e ao mesmo tempo vela-se. Como diz Almada,
No teatro todos são um; toda a arte que passa do particular para o geral faz imediatamente teatro;
Desde o princípio do mundo até hoje não houve mais de duas pessoas: uma chama-se a humanidade e a outra o indivíduo uma é toda a gente e a outra é uma pessoa só.[11]
E Psique?
No fim das suas peregrinações, tribulações e metamorfoses, Psique, renovada, ganha a unidade e conquista a eternidade. Desejamos, por isso, que a Casa da Rua de Alcolena, recuperada, se mantenha unida e eternamente intacta.

in casadaruadealcolena.blogspot.com/.../154-jose-manuel-mot...

Manuel FERREIRA

Escritor e jornalista açoriano, nasce em Ponta Delgada a 29 de Janeiro de 1916. É uma das principais figuras da Imprensa açoriana e micaelense no século XX. Chefe de redacção dos jornais Açoriano Oriental e Correio dos Açores, nas décadas de 60 e 70, em Manuel Ferreira combinam-se as qualidades de jornalista e escritor de talento com a energia de lutador pelos interesses regionalistas, como se pode verificar através do livro Pedras para o Templo(Ponta Delgada, Impraçor, 1995) , compilação dos artigos que, no Correio dos Açores dos anos 60 e 70, constituíram campanhas travadas com arrojo, dentro dos limites consentidos pelo regime salazarista.

O seu gosto pela literatura manifesta-se desde os tempos do Liceu Antero de Quental, em Ponta Delgada, onde funda e orienta a publicação académica Arco-Íris. Será a partir da segunda metade dos anos 70, liberto de tarefas profissionais, jornalísticas e burocráticas, que se consagra plenamente à escrita e à investigação, o que se traduz num impressionante conjunto de publicações – mais de trinta volumes publicados entre 1979 e 2006, outros tantos contributos para a literatura e historiografia açorianas.

Manuel Ferreira é um “narrador vigoroso, dono dum discurso cuidado e incisivo”, no dizer de João de Melo. Cultiva a ficção, a biografia e a investigação histórica. De entre a obra de ficcionista, destaca-se o conto O Barco e o Sonho(adaptado a série televisiva pelo realizador Zeca Medeiros, da RTP-Açores). Essa narrativa de Manuel Ferreira inspira-se num caso relatado nos jornais açorianos dos anos 50: a aventura de dois açorianos que conseguem atravessar o Atlântico Norte, num pequeno barco por eles próprios construídos, rumo ao “sonho doirado” dos Estados Unidos, destino privilegiado dos emigrantes açorianos.

Na qualidade de biógrafo, Manuel Ferreira é autor do livro Manuel António de Vasconcelos - O 1.º Jornalista Micaelense e o ‘Açoriano Oriental’ (Ponta Delgada, Impraçor, 1994) O estudo de Manuel Ferreira sobre o fundador do mais antigo jornal português em publicação “é muito mais do que uma simples monografia” - conforme escreve José de Almeida Pavão, que foi professor da Universidade dos Açores - visto que, “para além dos dados relativos à personalidade homenageada, houve a preocupação, da parte do autor, de proceder ao seu enfoque não apenas na época, com todos os aspectos mais relevantes que a caracterizam, mas ainda [...] nas ambiências político-sociais em que decorreu a sua existência tão rica de vitalidade e tão vinculada à problemática do tempo, quer no plano regional, quer, num mais vasto âmbito, a nível nacional”. Com o talento e o rigor que lhe são reconhecidos, Manuel Ferreira estruturou o seu estudo de forma a contemplar, além do perfil do jornalista e deputado setembrista, Manuel António de Vasconcelos, o quadro histórico das lutas políticas na sociedade açoriana do século passado e a fundação e os primeiros tempos do Açoriano Oriental, marco decisivo na história da Imprensa portuguesa e açoriana.

De entre os múltiplos títulos da incluídos na vasta bibliografia de Manuel Ferreira, merecem especial realce A Aventura Crioula (1967), Vitorino Nemésio e a ‘Sapateia Açoriana’ (1988), A Ilustre Marquesa de Ponta Delgada (1991), O Segredo das ‘Almas Cativas’ – Roberto de Mesquita (1991), Ponta Delgada – A História e o Armorial (1992), Os Cem Anos da ‘Melo Abreu’ (1993), Era uma vez um barco chamado Autonomia (1995), Antero Imortal (2002), O Caricaturista Micaelense Augusto Cabral (2002) e O Explorador Micaelense Roberto Ivens (2005). Inscreveu no seu ex-libris de escritor a divisa: “Alto como as estrelas livre como o vento”.

Mário de OLIVEIRA

Formou se em Arquitectura e especializou se em urbanismo. Viveu a maior parte da sua vida em Vila Real, nunca deixando de exercitar as artes e as letras. É um artista plástico de grandes recursos, crítico de arte, jornalista. Do opúsculo da sua autoria, Vila Real, 1986, extraímos o seguinte perfil deste multifacetado cidadão. "Mário de Oliveira é hoje, indiscutivelmente, um dos mais categorizados críticos portugueses de Artes Plásticas. Este facto põe em relevo todo o conjunto de compartimentações culturais que lhe são próprias e que convergem para o fim acima declarado: arquitectura, pintura, ensaísmo e paisagística. Em todos estes ramos das Artes Plásticas se tem evidenciado Mário de Oliveira. Temperamento essencialmente independente e livre, ele tem se destacado na critica ao quotidiano artístico pela sua isenção e pela sua aversão a "grupos" ou a "capelas" que significam, na maior parte dos casos, arregimentação a fins secundários, que nada têm a ver com a Arte. Mário de Oliveira, por outro lado, é também um escritor. As suas interpretações da paisagem e do homem integrado nela, no impressionismo da visão e transmissão imediata àescrita, fazem no senhor de um modo literário que o afirma como estilista muito original e, outras vezes, como poeta de ressonâncias líricas a que um humanismo telúrico não é estranho. Seria longo enumerar as suas exposições mais representativas de arquitectura e de paisagística, dimensionando essa sua actividade a todo o espaço português, sem nele diminuir a sua tensão lusíada de forte inspiração universal. No entanto, a sublinhar uma carreira de artista plástico e de ensaísta e crítico de Arte, mencionaremos que Mário de Oliveira é Prémio de Crítica de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian (1962) além de Prémio Internacional de Crítica de Arte (1964), em Madrid. Tem sido Comissário de Portugal às Bienais de S. Paulo, Madrid, Barcelona, e Medell.n (Colômbia) e tem seleccionado nos últimos anos artistas portugueses para a Exposição Internacional Joan Miró. É, também, membro titular da Association Internacionale des Critiques d'Art (A.I.C.A.), e tem feito parte de júris internacionais nas exposições de arte. Publicou vários volumes sobre urbanismo e arquitectura, e tem defendido a conservação da paisagem e do património artístico português. Como hispanista tem dado a conhecer entre nós os grandes pintores modernos espanhóis, e tem escrito vários ensaios sobre a arte espanhola, e sua paisagem. Foi crítico de arte do "Diário Popular", "Diário de Notícias" e fez crítica semanal nos jornais "O País" e "Tempo". Arte e Vida de Sorolho (esgotado); Outra vez com Goya (esgotado); Arquitectura no Plano Nacional (esgotado); Solana herdeiro de Goya (esgotado); Urbanismo no Ultramar em espanhol, francês e inglês (esgotado); Povoamentos no Ultramar (esgotado); Estética da Paisagem Natural Rias Baixas da Galiza (esgotado); Três ensaios de pintura de Vieira da Silva; A "Pop" Arte e Outras Artes; Três atitudes estéticas em Sansegundo Castanêda; Uma carta e vinte poemas de amor (esgotado); "Os primeiros 100 anos de Picasso"; Poemas de Amor e Desespero; Poemas do Pensamento (esgotado); Poemas desde mim".

Nicolau SAIÃO

Nicolau Saião é o pseudónimo literário/artístico de Francisco Ludovino Cleto Garção, nascido em Monforte do Alentejo no ano de 1946 e residente em Portalegre desde os três anos. Exerceu as profissões de meteorologista, jornalista e escriturário. Actualmente é o funcionário responsável do Centro de Estudos “José Régio” de Portalegre.

Empenhado civicamente antes e depois do “25 de Abril”, teve o seu trajecto condicionado pelo antigo regime. De orientação democrática e libertária, foi também um resistente através da sua escrita e da sua acção, mas sem obrigatoriedade partidária ou de escola literária. Tem colaboração em jornais nacionais (“República”, “Diário de Lisboa”, “O País”, “Sporting”, “Espaço Médico”, etc.) e regionais (“Jornal do Fundão”, “O Distrito de Portalegre”, “A Nossa Terra”, “Jornal de Paços de Brandão”, “Correio Beirão”, “Jornal de Queluz”, “Correio de Elvas”, “Diário do Sul”, “Notícias de Elvas”, “O Zurão”...).

Poeta, pintor, publicista e actor/declamador, concebeu, realizou e apresentou o programa radiofónico “Mapa de Viagens” (Rádio Portalegre), que entrou para o ranking dos programas mais ouvidos das rádios regionais, e onde entrevistou personalidades como: José Bento, António Luís Moita, Rui Mário Gonçalves, Fernando Vendrell, José Manuel Anes, Diniz Machado, José do Carmo Francisco, etc..

Tem colaborado em revistas e jornais literários e artísticos, tais como “Ler”, “Colóquio-Letras”, “Apeadeiro” “Sílex”, “Célula Cinzenta”, “A Cidade”, ”Bicicleta/Mandrágora”, “Bíblia”, “Ciclo Cultural”, ”Jornal de Poetas e Trovadores”, ”Callipole” “Podium”, ”A Xanela”(Betanzos), “Abril em Maio”, “DiVersos” (Bruxelas), “Albatroz” (Paris), “Artes & Artes”, “Mele”(Honolulu), “Ave Azul” , “Espacio/Espaço Escrito”(Badajoz),etc.

Como pintor participou em mostras de Arte Postal em diversos países (Espanha, França, Itália, Polónia, Canadá, Estados Unidos, Austrália, Mali, etc.), além de ter exposto individual e colectivamente em diversas localidades. Organizou, com Mário Cesariny e Carlos Martins, a exposição “O Fantástico e o Maravilhoso”, tendo traduzido diversos autores incluídos no livro-catálogo; e, com João Garção, a mostra de mail-art “O futebol”.

Está representado em diversas antologias (“Palavras - Sete poetas portugueses contemporâneos”, “Poetas alentejanos do século vinte”, “O desporto na poesia portuguesa”, “O trabalho”, “Poemabril”, “Homenagem a Torga”, “Poemas para Lorca”, “Millenium”, “Série Poeta”, “Poetas e Escritores da Serra de S. Mamede”...).

Em 1992 a Associação Portuguesa de Escritores atribuiu o prémio Revelação/Poesia ao seu livro “Os objectos inquietantes”(Editorial Caminho).

Livros, além do citado: “Flauta de Pan”(Ed.Colibri), “Os olhares perdidos”(Universitária Editora), “Assembleia geral”(edição Bureau Surrealista Alentejano), “Os labirintos do real” – com Carlos Martins (idem), “Passagem de nível”- teatro (edição do autor, patrocinada pela Região de Turismo de S. Mamede).

Em preparação: “Cantos do deserto” (poemas relacionados com o deserto de Tabernas, Almeria), “As vozes ausentes”(crónicas), “As estrelas sobre a casa”(teatro), “Em nós o céu”(policial) e “Nigredo/Albedo – o livro das translações”(a sair Black Sun Editores).

Tradução: “Vestígios” de Gérard Calandre (edição Bureau Surrealista Alentejano com prefácio de Ruy Ventura) e “Fungos de Yuggoth”, de H.P.Lovecraft ( Black Sun Editores), poemas avulsos de E.A.Westphalen, Pierre Grenier, Jacques Tombelle, Vincenzo Quillici, Jules Morot, Benjamin Péret, Marcel Delpach, Philip Jose Farmer, Juan Ribeyrolles, Léopold Senghor, Carlos Alvarez, Salvador Espriu, Nicolas Guillén, Pierre-Albert Birot etc., além de textos poéticos de índios apaches, cheyennes, algonquins e lakotas.

Proferiu conferências e palestras sobre arte moderna, poesia, literatura de mistério e os índios norte-americanos em Portalegre, Almada, Leiria, Lisboa, Ponte de Sôr, Montargil, Serpa, Madrid, Roma, Badajoz, Paris, Ciudad Real, Bruxelas e Toronto. Prefaciou “Extravagários”, de Nuno Rebocho e fez posfácio para livro de Ruy Ventura em preparação.

Em 1992 a Câmara da sua terra natal outorgou-lhe a designação de cidadão honorário de Monforte. Por seu lado, a gerência do município portalegrense atribuiu-lhe em 2001 a medalha de prata de mérito municipal, por ocasião da homenagem que lhe foi feita relativa a trinta anos de actividade cívica e cultural.

Com Ruy Ventura e João Garção coordena o suplemento cultural FANAL, publicado no semanário “O Distrito de Portalegre”.

in alfarrabio.di.uminho.pt/vercial/nsaiao.htm

Ruy CINATTI ( 1915-1986 )

Ruy Cinatti Vaz Monteiro Gomes nasceu em 1915 em Londres, tendo vindo ainda criança, para Portugal. Formou se no Instituto Superior de Agronomia, em Fitogeografia, (área em que publicou vários trabalhos científicos) e partiu para Inglaterra onde estudou Etnologia e Antropologia Social, em Oxford. Entre 1943 e 1945 desempenhou o cargo de meteorologista aeronáutico da Pan American Airways. Viajou pelo Mundo, tendo vivido alguns anos em Timor, onde exerceu o cargo de secretário de gabinete do governador de Timor, entre 1946 e 1948, e chefe dos serviços de Agricultura do governo de Timor, dedicando a este território vários estudos, na área da fitogeografia e da antropologia social, (alguns dos quais publicados pela Junta de Investigação do Ultramar, de que foi investigador). Em 1940, co dirigiu, com Tomás Kim e José Blanc de Portugal, na primeira série, e ! com Jorge de Sena, José Blanc de Portugal e José Augusto França, na segunda série, a publicação "Cadernos de Poesia", que sob o lema "Poesia é só uma", apresentava como objectivo "arquivar a actividade da poesia actual sem dependência de escolas ou grupos literários, estéticas ou doutrinas, fórmulas ou programas". Foi nas edições "Cadernos de Poesia" que publicou as suas primeiras obras poéticas: "Nós Não Somos deste Mundo", em 1941 e, no ano seguinte, "Anoitecendo a Vida Recomeça". Entre 1942 e 1943, fundou a revista "Aventura", tendo como redactores Eduardo Freitas da Costa, José Blanc de Portugal, Jorge de Sena e Manuel Braamcamp Sobral. Foi a partir de "O Livro do Nómada Meu Amigo", de 1958, que a presença dos territór! ios por onde viajou e sobretudo de Timor, se assumiria como "objecto em que se concretiza a aproximação do poeta consigo mesmo e com a vida humana dos outros". Devido ao seu trajecto profissional e a uma personalidade que recusou integrar qualquer tipo de grupos ideológicos ou literários, a poesia de Ruy Cinatti possui uma voz própria, sem comparação com qualquer outra experiência poética contemporânea, nascida de uma liberdade métrica e lexical total, que consegue integrar na obra poética materiais tradicionalmente não poéticos, com uma particular relação com espaços e populações, cuja fragilidade parece condená los a uma exterminação contra a qual o poeta tinha consciência de não poder lutar, mas que motivou composições de revolta e de grande intensidade emocional, como as de "Timor Amor" ! ou de "Paisagens Timorenses com Vultos". Foi galardoado com o Prémio Antero de Quental, pela obra "O Livro do Nómada Meu Amigo" e com o prémio Nacional de Poesia, por "Sete Septetos". Ruy Cinatti faleceu em Lisboa, em 1986.

Obras: "Nós Não Somos Deste Mundo", 1966; "Anoitecendo a Vida Recomeça", 1942; "Poemas Escolhidos", 1951; "O Livro do Nómada Meu Amigo", 1958; "Sete Septetos", 1967; "Crónica Cabo Verdeana", 1967; "Ossobó",1967; "O Tédio Recompensado", 1968; "Borda d'Alma", 1970; "Uma Sequência Timorense", 1970; "Memória Descritiva", 1971; "Conversa de Rotina", 1973; "Os Poemas do Itinerário Angolano", 1974; "Cravo Singular", 1974; "Timor Amor",1974; "Paisagens Timorenses com Vultos", 1974; "O A Fazer, Faz se", 1976; "Import Export", 1976; "Lembranças para S.Tomé e Príncipe" – 1972

Saul DIAS - JÚLIO

Júlio Maria dos Reis Pereira, irmão de José Régio, foi poeta do movimento da «Presença», assinando os poemas com o nome de Saúl Dias. Viveu na cidade do Porto onde se licenciou em engenharia civil pela Faculdade de Engenharia. Colaborou em vários jornais e cultivou o desenho e a pintura. Existe uma relação muito próxima entre a sua produção poética e a sua actividade como artista plástico.

Obras principais: Mais e Mais, 1932; Tanto, 1934; Ainda, 1938; Sangue, 1952; Obra poética, 1962, 2ªedição, 1980.

Sá de MIRANDA ( 1481-1558 )

Francisco de Sá de Miranda (Coimbra, a 28 de agosto de 1481 — Amares, 15 de Março de 1558 (76 anos)) foi um poeta português.
Francisco de Sá de Miranda nasceu em Coimbra:/da antiga e nobre cidade som natural, som amigo/, em 28 de Agosto de 1481 (data em que D. João II subiu ao trono, dizem os biógrafos). Era filho de Gonçalo Mendes, cónego da Sé de Coimbra e de Inês de Melo, solteira, nobre, e neto paterno de João Gonçalves de Crescente, cavaleiro fidalgo, e de sua mulher Filipa de Sá que viveram em S. Salvador do Campo (Barcelos) e em Coimbra, no episcopado de D. João Galvão.
Nada se sabe da vida de Sá de Miranda nos seus primeiros anos. Meras hipóteses, mais ou menos aceitáveis, nos indicam o caminho que seguira, desde o seu berço em Coimbra até à Universidade em Lisboa.
Foi nas Escolas Gerais que Sá de Miranda conheceu Bernardim Ribeiro, com quem criou estreitas relações de amizade, lealmente mantidas e fortalecidas na cultura literária, nos serões poéticos do paço real da Ribeira, na intimidade, em confidências e na comunhão de alegrias e dissabores.
Estudou Gramática, Retórica e Humanidades na Escola de Santa Cruz. Frequentou depois a Universidade, ao tempo estabelecida em Lisboa, onde fez o curso de Leis alcançando o grau de doutor em Direito, passando de aluno aplicado a professor considerado e frequentando a Corte até 1521, datando-se de então a sua amizade com Bernardim Ribeiro, para o Paço, compôs cantigas, vilancetes e esparsas, ao gosto dos poetas do século XV.

Sete Poemas Galegos, Carlos António ARÉAN

Separata da revista Cidade Nova V Série Nº 5

Lisboa, 1958; 17 p.
Com dedicatória autografa



25 €

Poemas desde mim, Mário de OLIVEIRA


Vila Real, 1985; Minerva Transmontana; 63 p.; Br.
Prefácio de David Mourão Ferreira
Tiragem de 500 xemplares


15 €

Uma Sequência Timorense, Ruy CINATTI





Braga, 1970; Editora Pax; 90 p.; Br.
Com dedicatória autografa.

A capa apresenta-se um pouco suja.

15 €

Baga-Baga Poemas da Guiné, Armor Pires Mota





Braga, 1967; Editora Pax; 65 p.; Br.
Com dedicatória autografa

15 €

quinta-feira

Residência Fixa Nº 3, Caixa de Cores e Objectos Inquietantes, Nicolau SAIÂO


Residência Fixa
Bureau Surrealista de Portalegre
Edições Gato Preto

Edição de 49 exemplares destinada a distribuição gratuita, do Bureau Surrealista-Portalegre
Exemplar Nº 7
Com dedicatória autografa

Setembro de 1983

Trata-se da primeira apresentação ao publico de "Objecos inquietantes"

26 pág. - Caixa de Cores
18 pág.- Objectos Inquietantes
Formato A4 com páginas impressas numa só face

PEÇA DE COLECÇÃO
RARO

500 €

Vitral Antigo Poemas 1956, S.J. Agostinho VELOSO



Porto, 1956; Livraria Apostolado da Imprensa; in 8º de 182-i p.; Br.
Com dedicatória autografa

15 €

POESIAS Escolhidas, Sá de MIRANDA



Textos Literários
Selecção Prefácio e Notas de Rodrigues Lapa

Lisboa, 1942; Gráfica Lisbonense, 88 [XVI] p.; Br.
O exemplar tem vários sublinhados e apontamentos.

10 €

Polychromias, Fernando Lopes MACEDO - ( Paulo CESAR )


Porto, 1910; Comp. e Imp. na Typ. do "Porto Médico", in 4º  de 118 p.;  Br.
Primeiro livro do autor, que usou o pseudónimo de Paulo Cesar, filho de Pedro Ivo (Carlos Lopes)

40 €

Eu Mesmo Pessoa, Paulo CID



Coimbra, 1985; 49 p.; Br.
Com dedicatória autografa a ilustre personalidade

20 €

quarta-feira

DISCO ROJO Poesias, Adolfo LIZÓN



Madrid, 1960; Editorial ALETO; 35 p.; Ilustrado com vinhetas do autor; Br.
Desenho da capa de Pancho Cossío
Com dedicatória autografa a Mário de Oliveira

45 €

ALQUIMIA DO SONHO romance poemático, José MANUEL


Lisboa, 1953; Tip. UDEAL; 65 p.; Br.;
Tiragem de 200 exemplares numerados e assinados pelo Autor, exemplar nº 137
Com dedicatória autografa a Mário de Oliveira

210 €

Poemas de João SANT'IAGO



Lisboa, 1952; Escola Tipog. do Reform. Central de Lisboa; 67 p.; Ilustrações a página inteira do Autor; Br.
Tiragem de 300 exemplares numerados e rubricados pelo Autor, Exemplar Nº 258
Com dedicatória autografa a Conchita e Mário de Oliveira

150 €

Isla Sin Raices, Nisia NÓBREGA


Santiago do Chile, 1971; Editorial do Pacifico, S.A.; 122 p.; Br.;
Pareceres sobre a obra dá autora de Fernando González Urizar, Eliana Navarro, Francisca Ossandón.
Com dedicatória autografa a Conchita e Mário de Oliveira.

25 €

Objectos Recuperados, Joaquim FERRER


Lisboa, 1969; Sociedade de Ezpansão Cultural; 94 p.; Br.;
Com dedicatória autografa a Mário de Oliveira.
Inclui pareceres sobre a obra do poeta de Vitorino Nemésio, João Gaspar Simões e Eduardo Lourenço.

15 €

Resumo, Antonio OLINTO




São Paulo, 1954; Livraria José Olympio Editora; 103 p.; Ilustrações de página inteira de Iberé Camargo.; Br.

35 €

O meu amor, Pe. Silva GONÇALVES




Braga, 1932; Tip. da Oficina de S. José; 96 p.; Br.;


15 €

terça-feira

A Aventura Crioula ou Cabo Verde. Uma sintese étnica e cultural. Manuel FERREIRA

Lisboa, 1967; Editora Ulisseia;; In 8º esguio de XXVI-276-II pag.; Br.;
Com um prefácio de Baltazar Lopes.
Primeira e invulgar edição, integrada na original « Colecção Poesia e Ensaio», com orientação gráfica de Espiga Pinto.

35 €

Poemas do Pensamento, Mário de OLIVEIRA



Vila Real, 1983;Minerva Transmontana; 43 [IX] pag.; Br.;
Prefácio de Natércia FREIRE
Tiragem única de 600 exemplares.


15 €

Retrato Imperfeito de José Régio com uma sua poesia inédita, Alberto de SERPA



Porto, 1970; Imprensa Portuguesa; 11 p.; Br.;
Com dedicatória autografa a Mário de Oliveira.
Tiragem Única de 300 exemplares apenas para ofertas
PEÇA DE COLECÇÃO
Raro

VENDIDO






...mais e mais..., versos de Saul DIAS e desenhos de JÚLIO

Coimbra,1932; Presença; In 8º de 53 pag. inumer.; Br.
Co dedicatória autografa ao Mário (Mário de Oliveira-Pintor, Escritor, Arquitecto, Critico de Arte, etc.), Líndissima edição impressa a duas cores em papel de linho e com desenhos de página inteira. Capa de brochura em papel dourado (com ligeiros danos), ilustrado com 8 desenhos.
De limitadíssima tiragem como todas as edições «Presença». Exemplar ainda por abrir.













PEÇA DE COLECÇÃO
Raro

200 €

El Parque Pequeno y Elegia em Covaleda, José Garcia NIETO




Madrid, 1959; Ediciones Punta Europa; 66 p.; Br.
Com dedicatória autografa ao Pintor, Escritor, Arquitecto, Critico de Arte, etc., Mário de Oliveira.

30 €